"Quem muda pode errar, quem não muda já errou", desconheço o autor(a) da frase, mas é o prefácio do texto que segue.
Como aqui é tudo junto e misturado mesmo, e nem um pouco autêntico, senti uma necessidade quase vital de falar um pouco sobre o medo das mudanças. Eu que vivo uma monotonia arrastada pela falta de coragem (mas esse já é outro assunto) fico aplaudindo secretamente aqueles que se arriscam, quebram a cara, erram, sofrem, acertam, se dão bem, às vezes não, mas estão sempre dispostos a mudanças. Sinto uma agonia imensa de carregar o peso de responsabilidades que sei que não me cabem, e por isso continuar assim; na mesmice, no marasmo, empacada, sem brilho, sem vida, sem energia, num conformismo inconfortável sem fim. Eu que sempre adorei mudar de lugar, de casa, corte de cabelo, móveis, perfume, me sinto despencando num abismo que me leva a lugar nenhum, simplesmente pelo apego no "conforto" da constância. A ideia de discorrer sobre mudanças, partiu de uma conversa com uma amiga que estava aflita porque estava prestes a mudar de um bairro para outro, e então tentei tranquilizá-la dizendo que seria uma oportunidade de ampliar o círculo de amizades, ter olhos para outros lugares e pessoas locais, descobrir o novo, adaptar-se; e pensando negativamente se a adaptação não acontecesse ela poderia mudar novamente, nem que fosse para o mesmo lugar. Parece bobagem, mas há pessoas extremamente aversas ao novo, a inalterabilidade é seu sobrenome. O que se perde com a imutabilidade, pode ser muito maior e melhor que a estabilidade. Há chances na novo, há prazer na descoberta, sempre vai existir algo a ser explorado quando a mudança se faz necessária e mesmo não sendo uma necessidade, imagina que bacana, poder mudar de emprego e descobrir um talento que nem mesmo você conhecia; mudar de restaurante e desbravar sabores; mudar seu meio de transporte automotivo por uma boa pedalada, mudar de lugar, de ares, de estilo, mudar de vida se sentir vontade, e se o arrependimento bater à porta, mudar novamente, outra vez, e mais uma, e outras tantas.
Finalizei o assunto com minha amiga, apenas relatando como me sinto em relação à minha condição "estável": a inércia sufoca, encolhe, murcha, paralisa, mata os sonhos, e assim senti a mudança de ânimo quase imediata naquela pessoa há pouco tão abatida com o novo horizonte.
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